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domingo, 20 de setembro de 2015

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA (1835-1845)

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA (1835-1845)
A Revolução Farroupilha foi a mais longa guerra civil da história brasileira, durando de 1835 até 1845. Foram dez anos de batalhas entre Imperialistas e Republicanos, os primeiros defendiam a manutenção do império e os segundos lutavam pela proclamação da república brasileira.
Porque a Revolução Farroupilha aconteceu...
No final do século XVIII, os ideais iluministas e liberais eram apresentados ao mundo. Na Europa a burguesia chegava ao poder após a Revolução Francesa, e na América, os norte-americanos conheciam a independência, após uma longa Guerra Civil.
Os iluministas e os revolucionários franceses defendiam a liberdade e a igualdade de todos perante a lei, a livre iniciativa e o direito à propriedade privada.
Quando essas ideias chegaram ao Brasil, no início do século XIX, a monarquia brasileira passou a ser vista como um atraso ao desenvolvimento econômico do país, principalmente pela burguesia que se formava.
Devido a isso, diversas revoltas - denominadas de Rebeliões Regenciais - estouraram em todo o país. No Rio Grande do Sul iniciava a Revolução Farroupilha.
Como começou a Revolução...
As ideias de autonomia e federalismo, encantam a elite brasileira e ganham força ao natural na província de Rio Grande de São Pedro do Sul.
A distância do poder central, a condição de produtor de alimentos, os elevados impostos pagos ao Império e a recente vivência de guerras impulsionaram o estado gaúcho a não aceitar a submissão que lhe era imposta.
Para piorar o governo central resolveu baixar o imposto sobre a importação de charque estrangeiro. Medida que afetava diretamente as oligarquias gaúchas, já que na época o Rio Grande do Sul era um grande produtor deste item.
Isto somado ao fato da elite rural gaúcha estar cansada dos desmandos do centro do país e do descaso político com o estado, decidiu se rebelar contra o Império.
A Revolução
No dia 20 de setembro de 1835 tropas farroupilhas marcham sobre Porto Alegre, tomando o poder da cidade. No dia seguinte Bento Gonçalves, líder do levante, entrou triunfante na capital. Bento deu posse ao vice-presidente da província, Marciano Ribeiro, e acalmou a população declarando: "Em nossas mãos, a oliveira substitui a espada".
Alguns dias depois praticamente todo o estado estava em mãos farroupilhas. Somente as cidades de Rio Pardo, São Gabriel e Rio Grande ficaram em poder do Império.
No dia 15 de julho de 1836, os imperialistas reconquistaram Porto Alegre. Bento Gonçalves, líder dos farrapos, tentou a reconquista da capital mas foi frustrado após três horas de luta. A perda de Porto Alegre foi uma derrota decisiva, pois a capital nunca seria reconquistada pelos revolucionários.
Em 09 de setembro de 1836, ocorreu a primeira grande batalha. Antônio de Souza Netto, a figura mais respeitada das forças farroupilhas depois de Bento Gonçalves, venceu as tropas imperiais na Batalha do Seival.
A vitória foi tão entusiasmante, que Netto, instigado pelos republicanos radicais, proclamou a República Rio-Grandense. A decisão emancipava o estado gaúcho do restante do Brasil. A medida deu novos rumos ao levante, configurando o caráter revolucionário do movimento farroupilha.
"Camaradas! Nós, que compomos a Primeira Brigada do exército liberal, devemos ser os primeiros a proclamar, como proclamamos, a independência dessa província, a qual fica desligada das demais do Império e forma um Estado livre e independente, com o título de República Rio-Grandense, e cujo manifesto às nações civilizadas se fará oportunamente. Camaradas! Gritemos pela primeira vez: Viva a República Rio-Grandense! Viva a independência! Viva o exército republicano rio-grandense!" Discurso de Antônio de Souza Netto ao proclamar a República.
Outra medida muito importante foi que todos os escravos que se alistassem nas tropas farrapas seriam libertos. Com isso, o número de soldados farroupilhas dobrava de tamanho.
Contudo, em outubro do mesmo ano, na Batalha do Fanfa, os farroupilhas foram derrotados pelas forças imperialitas. Bento Gonçalves e outros oficiais farroupilhas foram presos e enviados para o Rio de Janeiro, capital do Império.
Na capital, Bento Gonçalves acaba conhecendo o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi. O italiano resolve aderir ao movimento farroupilha. Garibaldi e seus seguidores navegam em direção a o sul do Brasil onde são recebidos como reforços ao exército revolucionário.
As forças imperiais, acreditando que a revolta havia sido sufocada, oferece anistia aos derrotados. Mas Antônio de Souza Netto, agora líder absoluto do movimento, mantém-se rebelado.
Em 05 de novembro de 1836, a câmara municipal da cidade de Piratini oficializa a proclamação da República Rio-Grandense. Mesmo feito prisioneiro, Bento Gonçalves é declarado presidente do novo país, como vice-presidente é nomeado José Gomes Jardim, que assume a presidência interinamente.
Em outubro de 1837, Bento Gonçalves foge da prisão, dois meses depois chega ao Rio Grande do Sul onde assume a presidência da República.
O ano seguinte foi péssimo para os rebelados. Os farroupilhas não tiveram sucesso na reconquista de Porto Alegre e Rio Grande, além disso, sofrem importantes baixas militares.
Em 1839, Giuseppe Garibaldi e Davi Canabarro conquistam as cidades catarinenses de Laguna e Lages, e proclamam a "República Catarinense" ou "República Juliana".
Entretanto, poucos meses depois da conquista de Santa Catarina, os farrapos foram surpreendidos e Laguna voltou para o controle do Império. As embarcações farroupilhas foram destruídas, somente Garibaldi escapou. A cavalaria de Canabarro foge pelo litoral, escondendo-se na cidade de Torres.
De 1840 em diante, dois terços do exército brasileiro passou a lutar em território gaúcho. Em sua ofensiva final, o exército imperial contava com 11.400 combatentes, números elevadíssimos para a época. Para se ter uma ideia da expressividade deste contingente, basta lembrar que a população total do Rio Grande do Sul era de 70 mil habitantes aproximadamente.
Em primeiro de março de 1845, os imperialistas, liderados por Duque de Caxias e os republicanos farroupilhas assinam um tratado de paz, o "Tratado de Poncho Verde". Oficialmente a guerra está terminada.
Principais pontos assinados no Tratado de Poncho Verde:
  • O império pagaria as dívidas do governo republicano;
  • Os oficiais republicanos seriam incorporados ao exército brasileiro;
  • Eram declarados livres todos os escravos que haviam lutado nas tropas republicanas;
  • Seriam devolvidos todos os prisioneiros de guerra;
  • Foram elevadas as taxas alfandegárias para importação do charque estrangeiro, o que favoreceu ao charque gaúcho.
Pós Guerra
  • Antônio de Souza Netto muda-se para o Uruguai;
  • Davi Canabarro luta ao lado das forças brasileiras na Guerra do Paraguai;
  • Após deixar o Rio Grande do Sul, Giuseppe Garibaldi voltou à Itália onde foi um dos grandes heróis da unificação deste país.
  • Bento Gonçalves morre dois anos após a guerra.
Conclusão
A assinatura do Tratado de Poncho Verde trouxe benefícios para ambos os lados. Por isso, não podemos afirmar que os farroupilhas venceram a guerra. Por outro lado, também não podemos dizer que foram derrotados. A verdade é que os dois lados alcançaram parte de seus objetivos. Se o Império Brasileiro não perdeu sua importante província fronteiriça, os farrapos também lucravam com o aumento do imposto sobre o charque importado.
Entretanto o mais importante e polêmico sobre o final da Guerra dos Farrapos está na discussão que envolve o seu desfecho. Afinal, podemos afirmar que a revolução Farroupilha foi um sucesso?
Pois o que tornava a Guerra dos Farrapos diferente das outras Rebeliões Regenciais que ocorreram na mesma época foi seu caráter revolucionário. Isto é, o rompimento com o Império e a luta pela República e pela abolição da escravatura. Fatores que tornavam o levante gaúcho uma revolução.
Contudo, quanto a este caráter revolucionário, os farroupilhas não obtiveram sucesso. Pois o Brasil manteve-se uma monarquia e o Rio Grande do Sul voltou a condição de província brasileira. Mas o pior de tudo foi que a escravidão foi mantida. Mesmo os que haviam lutado na guerra, poucos foram os que mantiveram sua liberdade após a declaração de paz.
 http://www.historialivre.com/univerzo/gaucho.htm

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