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domingo, 1 de novembro de 2015

REGIME COLONIAL:



A partir do século XVIII, a América Colonial passa a conhecer movimentos que reivindicam a separação política em relação à metrópole. Vários foram os fatores que conduziram a esta situação, entre eles houve o chamado desenvolvimento interno da colônia. Vamos iniciar o estudo da crise do sistema colonial observando este aspecto.
O desenvolvimento interno do Brasil colônia pode ser constatado pela expansão territorial e pelo desenvolvimento do sentimento nativista, que passou a expressar a repulsa dos colonos com o absolutismo metropolitano.
A expansão territorial
Durante o século XVI, a colonização portuguesa no Brasil limitava-­se ao litoral brasileiro, região onde se concentrava os engenhos para a produção do açúcar, e onde se realizava a extração do pau-brasil.
No século XVII tem início o processo de expansão territorial, ou seja, a interiorização da colonização. Contribuíram para este processo a pecuária, o bandeirantismo, a União Ibérica, as missões jesuíticas e a mineração.
PECUÁRIA
Atividade econômica inicialmente ligada à atividade açucareira, o gado expandiu-se em direção ao sertão nordestino- dada a necessidade de pastagens. Deve-se recordar que a pecuária era uma atividade complementar e essencial por ser fonte de alimentação, força motriz, meio de transporte.

O gado também era usado para a confecção de calçados, roupas, móveis e outros utensílios. A pecuária efetiva a ocupação do Vale do rio São Francisco - o rio dos currais - e o sertão nordestino.
Com a descoberta do ouro, a região de Minas Gerais passa a conhecer a criação de gado, para abastecer a enorme concentração populacional.
Na parte sul da colônia, o Rio Grande do Sul, tem a pecuária desenvolvida, tendo como principal mercado a região mineradora.

A mão-de-obra da pecuária, como já dissemos, era predominante livre -a figura do vaqueiro e do tropeiro. No entanto, na região das minas os rebanhos não eram criados de foram extensiva, ou seja, soltos nos pastos. Nesta região o gado vivia cercado, sendo utilizada a mão-­de-obra escrava.

Desta forma, a pecuária favoreceu a ocupação do interior brasileiro e foi uma importante atividade de integração econômica, ao interligar as diversas regiões.
OS BANDEIRANTES
Fenômeno vinculado a região de São Vicente, onde, diferentemente das áreas coloniais nordestina, praticava-se uma economia de subsistência. São Vicente era uma área de muita miséria e pobreza.

A expansão dos bandeirantes foi motivada pela necessidade de procurar riquezas no interior, tais como metais preciosos e mão-de-obra indígena.

A partir de São Vicente, os colonos iniciam a ocupação do interior do planalto paulista, sendo esta ocupação marcada pela predominância de atividades econômicas de subsistência.
A expansão patrocinada pelos bandeirantes pode ser observada nos chamados "ciclos".
O ciclo de apresamento indígena
Em virtude da pobreza na região e dado o alto preço do escravo africano, foram organizadas expedições para obtenção de mão-de-obra escrava indígena, visando atender as necessidades da pequena lavoura paulista e também vendê-la para regiões próximas.

Com a ocupação dos holandeses no nordeste brasileiro, a prática de apresamento indígena aumenta. Isto em virtude da ocupação da região fornecedora de negros
-Angola -pelos mesmos holandeses. A dificuldade de se conseguir mão-de-obra africana, leva os grandes proprietários da Bahia a optar pela mão-de-obra escrava indígena.
Após o fim do domínio espanhol, o tráfico negreiro com a África é normalizado e a atividade de apresamento entra em decadência.

Ao longo deste ciclo, houve um intenso choque do bandeirantes com os jesuítas, que tinham por missão a catequização indígena. Os bandeirantes tinham por alvos preferenciais as missões jesuíticas. O bandeirante Manuel Preto foi o responsável pela destruição das missões jesuíticas de Guairá, onde 60.000 indígenas foram aprisionados.
O ciclo do ouro
As expedições destinadas à procura de metais preciosos tinham apoio da metrópole, principalmente após o declínio da atividade açucareira nordestina. A expansão bandeirante desta etapa resultou na descoberta de ouro na região de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Antônio Rodrigues de Arzão, em 1693, encontrou ouro em Catagüases ( Minas Gerais ), Antônio Dias de Oliveira, em 1698 descobriu ouro em Vila Rica e em 1700, Borba Gato encontrou ouro em Sabará. Pascoal Moreira Cabral descobriu ouro em Cuiabá, no ano de 1719 e Bartolomeu Bueno Filho achou em Goiás, em 1722.
O ciclo do sertanismo de contrato
Bandeirantes eram contratados para recapturar negros foragidos e que viviam em Quilombos. Destaque para a expedição do bandeirante Domingos Jorge Velho, que destruiu o Quilombo de Palmares.

As bandeiras contribuíram, de forma significativa, para a ocupação e povoamento do interior do Brasil. Porém, foram responsáveis pela dizimação de muitos grupos indígenas.
A UNIÃO IBÉRICA (1580/1640)
A União Ibérica favoreceu o processo de expansão territorial em virtude do fim do Tratado de Tordesilhas e pela necessidade de expulsão de estrangeiros que invadiram o Brasil durante este período. A Espanha sustentava longas guerras contra a Inglaterra, a França e a Holanda.
A presença inglesa
A Inglaterra não reconhecia o Tratado de Tordesilhas, ocorrendo longas batalhas contra a Espanha, às quais resultaram na destruição da Invencível armada espanhola. Com o domínio espanhol sobre Portugal e as proibições, por parte dos reis espanhóis, a qualquer comércio que não fosse ibérico, os ingleses iniciaram uma série de ataques ao Brasil. O porto de Santos foi saqueado duas vezes, como também Salvador e Recife.
A presença francesa
Os franceses já haviam tentado uma ocupação no Brasil, 1555 e a fundação da França Antártica, no Rio de Janeiro. Porém, a presença de franceses era uma constante, desde o período pré-colonial. Estes procuravam se fixar no litoral brasileiro, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Foi contudo no Maranhão, que os franceses procuraram fundar uma colônia - a chamada França Equinocial. Em 1612 foi enviada uma expedição, chefiada por Daniel de La Touche, que fundou o forte de São Luís. As autoridades portugueses organizaram expedições militares para a expulsão dos franceses, comandadas por Jerônimo de Albuquerque e Alexandre Moura.
A presença Holandesa
Portugal e Holanda serem foram bons parceiros comerciais, desde a Baixa Idade Média. Os holandeses tiveram um enorme papel na montagem do engenho colonial no Brasil, realizavam o financiamento e participavam do transporte, do refino e da distribuição do açúcar brasileiro na Europa.
Com a União Ibérica, estas relações sofreram profundas alterações.

Em 1568, os holandeses ( também conhecidos por flamengos), iniciaram uma guerra contra a intervenção da Espanha. Em 1581 surge as Províncias Unidas dos Países Baixos.
Por conta disto, Filipe II proíbe que as colônias ibéricas mantivessem comércio com os flamengos. Em virtude dos enormes lucros holandeses na economia açucareira, no ano de 1621 foi fundada a Companhia das Índias Ocidentais, com o objetivo de ocupar as regiões produtoras de açúcar no Brasil.

A primeira tentativa de ocupação deu-se no ano de 1624, na Bahia- um grande centro produtor de açúcar - Em 1625 os holandeses eram derrotados e expulsos da Bahia, episódio conhecido como Jornada dos Vassalos.
No entanto, no ano de 1630 ocorreu uma Segunda invasão, desta vez em Pernambuco, e os holandeses não encontraram resistência.

O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque organizou uma resistência, destacando-se o Arraial do Bom Jesus. Esse movimento, baseado na tática de guerrilha, foi desfeito, graças a ajuda de Domingos Fernandes Calabar, que denunciou aos holandeses a localização do principal núcleo de resistência.

Os holandeses ficam no Brasil até o ano de 1654, e realizaram uma extensão territorial, conquistando o Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e parte do Ceará- foi o chamado Brasil holandês.

Este Brasil holandês será governado por Maurício de Nassau, que permanece no cargo entre 1637 e 1644. Neste período foi normalizada a produção açucareira- mediante uma política de concessão de empréstimos. Visando suprir a região com mão-de-obra, foram conquistadas praças fornecedoras de escravos, tais como Angola e São Tomé.

Nassau destacou-se por urbanizar a cidade de Recife, pela construção de um observatório astronômico, teatros e palácios. Sob seu governo foram realizados estudos sobre a fauna e flora tropicais, destacando-se os nomes de Frans Post, Albert Eckhout e William Piso, que escreveu um tratado sobre medicina brasileira.
Os holandeses permitiram a liberdade de culto, para evitar conflito com os portugueses e os colonos brasileiros.

Em 1640, inicia-se em Portugal um movimento contra o domínio espanhol, a chamada Restauração. Os portugueses recebem apoio dos holandeses, sendo por isto assinado um acordo, a Trégua dos Dez Anos (1641). Desta forma, os holandeses continuavam seu domínio sobre o Brasil.

As despesas com as guerras, levaram a Companhia das Índias Ocidentais a adotar uma política financeira mais rigorosa em relação ao Brasil holandês, iniciando a cobranças dos empréstimos feitos ao senhores. Maurício de Nassau, não concordando com a nova política foi demitido em 1644, e as relações entre os holandeses e a população ficaram tensas, iniciando o movimento pela expulsão dos holandeses, conhecido como Insurreição Pernambucana (1645/1654).

A expulsão dos holandeses do Brasil vai acarretar uma séria crise na economia colonial. Os holandeses irão implantar a empresa açucareira em suas colônias das Antilhas. A concorrência faz com que o Brasil perca a supremacia na produção do açúcar.
AS MISSÕES JESUÍTICAS
Os jesuítas estavam no Brasil para, entre outras coisas, catequizar os indígenas. Isto dava nas chamadas missões, que eram aldeamentos indígenas. Tais missões localizavam-se, em sua grande maioria, no interior da colônia.

FONTE
FOTOS ILUSTRATIVAS

FONTE
MUNDO ESTRANHO

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